Em busca de um ideal ou só uma reclamação a mais!

Palco escuro começa o dialogo ao os poucos a luz vai aumentando com a intensidade do dialogo – As atrizes estão em cena uma no proscênio e a outra deitada num divã.

Anita:(Desanimada) - Percebe Olga que vivemos do tédio.

Olga:(Despreocupada) - Ah! Anita num acho, a vida é tão boa.

Anita:Boa pra você, pra nós que vivemos bem.

Olga:Lá vem você.

Anita:É sério Olga, não vê que somos uma juventude abastada, sem ideal, sem bandeira de luta. Que contraditório temos o nome de grandes mulheres da historia, lutaram por mudança por amor.

Olga:E daí só por isso eu tenho que pintar a cara e pedir diretas já, faça-me favor se eu pudesse trocaria meu nome para Jeniffer com dois F.

Anita:Não, não, porque as pessoas são tão fúteis

Olga:Por que só as pessoas de vida boa querem fazer revolução, médicos, filhos de diplomatas. Só pessoas de berços querem lutar eu num entendo isso.

Anita:Horas por que eles têm conhecimento da situação. Consciência do que deve ser mudado.

Olga:Ou será pura falta do que fazer. TÉDIO de ter uma vida estável ou a necessidade humana de aparecer ser reconhecido como herói, mas os heróis querida só viram isso depois de mortos.

Anita:Olga compare o que temos hoje... O NADA, nem tem o que comparar néh?

Olga:Nada não filha tem muita coisa. Somos um mundo globalizado nos comunicamos num click isso é civilização, liberdade de expressão, direto de ir e vir, de postar, twittar o que quiser.

Anita:A liberdade de expressão foi conquistada por outras gerações e esse seu mundo civilizado chama-se comodismo, o contato físico é raro que graça tem? Nos anos 60 havia revolução luta por uma ideia a ditadura estava em alta foi à juventude dessa época, na rua sendo perseguido e perseguindo. Foram eles que nos deu essa liberdade de expressão.

Olga:Agradeço a eles. Mas o Facebook e o Twitter foram a nossa juventude.

Anita:A Olga para com isso.

Olga:Para você, o que quer fazer revolução? Então faça.

Anita:Vou reivindicar o que o fim da novela MALHAÇÃO.

Olga:Não seria uma má ideia. Ela é uma ditadura da televisão já está anos no governo e nem se passa mais numa academia, que clichê e outra nas redes sociais há muita gente com espírito revolucionário fazendo manifestação, se indignando com as situações.

Anita:Ata muito cômodo fazer protesto em rede social quero ver se pedir para eles irem pra rua ninguém vai curti isso. Não, não, está tudo errado... Temos tantos problemas a serem reivindicados.

Olga:Então vai lá reivindique tem muita gente nessa ânsia juntasse a eles.

Anita:São falsos idealizadores se revoltam e postam no seu querido Twitter e no seu facebook.

Olga:Pelo menos fazem algo uma revolução pacifista via rede.

Anita:Olga você me deprime uma mulher sinônimo de luta assim tão apática com sua realidade envergonha o passado de luta das mulheres. A luta pelos direitos iguais queimando sutiã em praça publica, querendo votar ter voz ativa no mundo.

Olga:Culpa delas, direitos iguais o que? Tornamo-nos escravas, trabalhamos fora, cuidamos da casa, cuidamos da família e ganhamos pouco sem reconhecimento. Não adianta Anita O MUNDO é um homem MACHISTA, eles serão reconhecidos sempre. Alguém fala ou comemora o dia de Anita Garibaldi, Olga Benário, Joana D’Arc, Madre Teresa de Calcutá, Tais Medeiros, Suzane Lima.

Anita:(Sem entender) – Essas duas ultimas não conheço?

Olga: Claro elas não morreram ainda. Como ia lhe dizendo eles não fazem homenagens há elas. As mulheres não viram heroínas nem em terra e nem na morte até Ave Maria é pouco citada e Dilma se prepara que cairá no esquecimento também.

Anita:E eles ainda perdem tempo criando dia do sexo, da mentira. Sexo se faz todo dia mentira se conta eternamente.

Olga:É isso que eu queria que você entendesse não adianta quantas revoluções quantas questões a serem discutida...

Anita:Para, para você quer me contaminar com esse seu conformismo, com esse contentamento de nada, sua individualidade se você está bem o mundo todo está bem. Você abre seus olhos pela manhã está deitada numa cama luxuosa, enquanto outros passam frio. Você escolhe o que vai comer, onde outros brigam por migalhas. Tem água pra beber, água pra tomar banho, água para desperdiçar enquanto outros esperam a transposição de um rio. Compra roupa, sapato enquanto outros vivem de doação. Faz escândalo no convenio que atrasa para te atender e outros morrem em corredores. E não venha me dizer que isso é o pagamento de pecados de outras vidas usando um clichê espiritual para cobrir o problema, não...

Olga:PARAAAA não me culpe por todo esse mau. Quer que eu faça o que? Isso é problema do Governo.

Anita:Que governo? Animais que colocamos lá e urinam na gente.

Olga:A gente quem Anita? Você passou fome? Você perdeu alguém na fila de hospital? Você estudou em escola publica acho que não. Mas uma coisa eu concordo que os animais que estão lá no congresso foram nós que colocamos por que como você disse. Nos que temos o conhecimento e consciência da situação então estamos anos após anos votando errado, cagando na pátria. E não vou usar meu egoísmo e individualismo para culpar o povão, sabe por que Anita, porque eles não têm conhecimento, CONSIÊNCIA DA SITUAÇÃO.

Anita:Faz deboche Olga? Isso é real e você deveria levar a sério já que se intitula uma pessoa tão realista.

Olga:E sou por isso tenho essa posição não vejo flores no deserto. Anita você ainda não achou a raiz do problema?

Anita:Preciso fazer algo, não posso deixar minha geração destruir um legado de luta se entregando assim a alienação o consumismo, conformando-se com um salário de merda, preços altos, educação falha, violência, impunidade meio ambiente degradado.

Olga:E fará o que? Uma revolução armada.

Anita:Tenho que mobilizar a massa, chamar atenção de todos mais de forma que não utilize a violência.

Olga: Até parece nem os excluídos que você está indo defender vão lhe dá atenção.

Anita:Como diz isso?

Olga:Anita, querida todas as revoluções, lutas que você admira tiveram que derramar sangue para conseguir sua vitória para ser o que é hoje. Ou você também quer revolucionar o modo de fazer revolução?

Anita:Você não se lembra de Gandhi?

Olga:Ah!Por favor, se você quiser fazer uma revolução faça bem feito. As pessoas não dão atenção à pacificação Bin Laden será lembrado pela eternidade ao contrario de Gandhi.

Anita:Revolução armada... Você é fã do terrorismo?

Olga:Não, sou fã de pessoas que não vivem utopicamente se você tem um ideal você luta, acredita nele o realiza custe o que custar não fica ai se lamentando “Minha geração não tem nada, preciso fazer um revolução pacifista.” Vai à merda Anita, vai fazer revolução dessa forma só para saciar sua sede de mudanças e não vai se preocupar com o fracasso. Sabe por quê? Por que sempre existe um clichê para se consolar, justificando o fim do sonho, frases feitas... PELO MENOS EU TENTEI.

Anita:Monstro você é um monstro acaba com sonhos, ideias, deixa todos secos, por isso estamos chegamos a isso, são muitos iguais a vocês.

Olga:Você ainda não entendeu é muita luta para poucos heróis temos a ONU, UNICEF, entre outras instituições. Tem pessoas que há tempos anseiam por essas melhoras estão no campo de batalha mais eles têm a consciência de que não dá pra ajudar todo mundo. A batalha maior não é contra o governo é internamente para tudo isso ficar perfeito tem que haver uma revolução no ser humano na sua essência isso é quase impossível posso está blasfemando mais se Jesus Cristo soubesse que o problema da Humanidade é a própria humanidade ele não teria morrido por nós. Você pode ficar é lutar até fim ciente de que não pode mudar tudo mais o pouco que mudar fará a diferença no futuro, até virar um herói após a morte e esquecido com o tempo ou pode se anular igual a mim e observar o mundo e esperar o que vim. Você escolhe o que vai te fazer bem durante sua existência em terra.

Anita:Sabe tem razão sobre a matriz do problema somos nós seres humanos. Nós que criamos diversos nomes para Deus, motivo para guerrear. Criamos imagens do céu para lucrar até vendemos terreno lá usando o nome de Deus em vão. Adoramos mais as criaturas que o criador, adorando e amando tanto ao outro ser humano do que a Deus numa paixão doentia que às vezes mata. Transformamos os domingos em dias de ressaca. Honrar pai e mãe? Uma piada de humor negro. O não matarás transformamos em genocídio. Guardamos tanto a castidade que a vendemos na internet. Não roubamos muito só o que cabe na cueca. Não acusamos apenas apontamos defeitos. Não cobiçamos tomamos o que queremos. Conseguimos corromper os 10 mandamentos e ainda conseguimos culpar Deus por isso. Mas eu prefiro ficar e lutar não por um conformismo de que fiz o que pude em vida ao contrario desses heróis que fazem o que está ao seu alcance eu vou revolucionar a lutar, fazer o que está ao meu alcance e além.

Olga –É por isso que você se encontra aqui.

(Olga sai)

Anita –Ah! Olga aqui dentro só está à diretora os loucos mesmo estão lá fora. (Grita) Aqui é só administração o sanatório maior é onde você vive, ou melhor, sobrevive.

Anita anda pelo espaço, e começa cantar uma musica baixinha aumenta o volume da voz e faz expressão corporal. Ele começa a exagerar nos movimentos com rapidez.

Anita –Eu sou o mundo, eu sou o mundo, o mundo, o mundo, meu mundo, teu mundo, conformismo... Mundo, individualismo... Mundo, guerra... Mundo, degradação... Mundo, mesmice... Mundo, esperança... Mundo, cuidar... Mundo, amor... Sem mundo, revolução... Meu mundo, sonho. Loucura? Talvez. Meu mundo, seu mundo...

 (Sai de cena girando)

Autora: Tais Medeiros.

Esta Obra está Registrada em nome do autor Tais e Silva Medeiros sob o número 131903538682370100, o autor tem um Direito Autoral que atesta este registro.